CIDADANIA EM MOVIMENTO: Do carrinho de compras à direção responsável. Em artigo da jornalista Bianca Monteiro, atitudes cotidianas revelam como a cidadania e o respeito coletivo começam fora do volante — e fazem toda a diferença também no trânsito.
No trânsito, não somos apenas condutores, pedestres, ciclistas ou passageiros — somos cidadãos em movimento, partilhando um espaço comum que exige mais do que regras: exige respeito, empatia e cooperação. Cada pessoa é parte ativa do sistema viário, e seu comportamento impacta diretamente a segurança coletiva. Ser cidadão no trânsito é reconhecer-se como sujeito de direitos e deveres, como alguém que compartilha a via pública com outros seres humanos igualmente vulneráveis e dignos de cuidado.
A civilidade no trânsito se manifesta nas escolhas diárias: ceder a passagem, respeitar o pedestre, evitar atitudes agressivas, manter a atenção, desacelerar, aceitar o tempo do outro. Esses gestos, embora simples, são expressões concretas de responsabilidade social. E vão além do cumprimento da lei — são sinais de que
entendemos a convivência como uma construção coletiva. A segurança viária, conforme preconiza o PNATRANS, depende da atuação integrada do poder público e da sociedade. E nessa engrenagem, o cidadão é peça-chave: não apenas como beneficiário das políticas públicas, mas como coparticipante de sua efetividade.
Em tempos em que o desafio da redução de sinistros exige novas estratégias, o chamado à cidadania cooperativa se faz ainda mais necessário. Não se trata apenas de evitar punições, mas de cultivar valores que fortalecem o tecido social: solidariedade, responsabilidade e o compromisso com a vida.
Uma forma simples de compreender esse papel coletivo é observar quem somos no dia a dia — por exemplo, no estacionamento do supermercado. A cena é comum: depois de colocar as compras no carro, algumas pessoas deixam o carrinho largado entre os veículos, ocupando vagas ou dificultando a passagem. Outras o levam até o local apropriado, mesmo que isso signifique andar alguns metros a mais. Pode parecer banal, mas essa pequena atitude diz muito sobre nosso grau de civilidade, empatia e consciência comunitária.
Esse exemplo cotidiano ilustra com clareza o que significa ser cidadão em uma comunidade: pensar no outro, facilitar a vida de quem vem depois, colaborar com os trabalhadores do local e evitar pequenos transtornos que, somados, podem gerar grandes conflitos.
No trânsito, o princípio é o mesmo. Você é a pessoa que respeita a faixa de pedestres ou a que acelera para passar antes? A que reduz a velocidade perto de uma escola ou a que buzina impaciente? A que facilita a passagem ou a que fecha o cruzamento?
Ser cidadão no trânsito — assim como no estacionamento — é entender que o espaço é compartilhado. Cada gesto de cuidado contribui para um ambiente mais funcional, seguro e respeitoso. A convivência melhora quando assumimos nossa parte na engrenagem social, sem esperar que uma regra ou punição nos obrigue a fazer o certo. No fim das contas, civilidade é isso: agir corretamente mesmo quando ninguém está olhando. E no trânsito, isso pode significar a diferença entre a vida e um sinistro fatal.
Quem é você no trânsito e no mercado? O que coopera sem ser chamado ou o que larga o carrinho de qualquer lado?
Artigo da jornalista Bianca Monteiro, e
Portal do Trânsito